Vivemos de forma dinâmica?
A ideia de automático permanece, ainda mais porque ao
assistir TV vi que até os criadores da Bienal de S.P. pensaram nisso. O comercial
apresenta típica família moderna, todos ao celular, ou assistindo TV, ou no tablet,
mesmo à mesa ou na cama.
Nossas vidas hoje são baseadas, controladas ou acompanhadas
pela tecnologia, através de aplicativos, mídias sociais, etc. Agenda, banco,
revista, jornais, livros, calendários, toda nossa organização está na palma de
nossas mãos. Então passamos muito tempo de olho no celular. Conheço famílias
onde cada integrante está num cômodo da casa e a chamada para o jantar acontece
através do aplicativo, afinal, mandar mensagem é melhor do que gritar ou ir até
cada um.
Não sou contrária à tecnologia, afinal ela nos oferece ótimas
ferramentas para o dia a dia. Porém é preciso perceber se nós controlamos ou se
somos controlados por ela. Fazemos tudo de forma automática, olhamos para o
celular ou computador por muito mais tempo que olhamos para o céu ou para o colega
ao lado.
Em casa, muitas vezes deixamos nossos filhos aprenderem com
um computador; de forma fria, impessoal. Pesquisas comprovam que crianças
ajudadas pelos pais em suas tarefas escolares aprendem melhor e mais rapidamente.
A atenção, o carinho, o cuidado, além de ajudar gera confiança. Lembrando que
ajudar não significa fazer a tarefa.
O ser humano está sendo condicionado a deixar as relações
interpessoais de lado indo para as redes sociais. O contato que temos através
das redes sociais não é o mesmo que o toque ou o abraço daquele querido.
Compreendo que a vida está mais acelerada, o que nos
automatiza. Mas tudo que supostamente foi criado para facilitar nossas vidas,
está nos aprisionando.
Viver no virtual é muito mais fácil, não há cobranças ou
exigências. Porém devemos analisar: o que realmente importa, mais de 500 amigos
virtuais que você nunca vê ou conversa, que não exige de você tempo e presença,
ou ter meia dúzia de amigos reais com quem certamente poderá contar, rir e
sentir?
Está na hora de percebermos o que estamos fazendo. Amigos virtuais
não são o mesmo que a presença real de pessoas num final de semana para comer
uma pizza ou um bom churrasco com alegria e boas risadas.
Viver no virtual é muito mais prático, fácil, nos dá a
sensação de termos pessoas ao nosso redor sem as exigências e cobranças que há
no real. No virtual tudo é lindo, não há dores, tristeza, as pessoas são
bonitas e sempre disponíveis. Mas atenção, isso não é real, é apenas ilusão.
Na vida real, deve haver dedicação, troca, desacordos
(porque eles nos levam a pensar e crescer). A interação social é o que nos
move, o que nos faz pensar e amadurecer. Essa é a forma dinâmica de viver.
Então vamos lá... como está sua forma de vida hoje?
Automática ou dinâmica?
Por Cristiane de Andrade Diniz
Psicóloga - CRP 06/139747
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