Até quando você vai se calar?



          Até que ponto você fala de suas emoções, e para quem? Por que falar do que sentimos é tão difícil?
         Para alguns falar de seus sentimentos é sinal de fraqueza, porque afinal de contas os fortes não têm tempo para essas besteiras, e se por acaso tiverem, sentem somente coisas boas, como alegria, entusiasmo, força...
         Muitas vezes o não falar de sentimentos ocorre simplesmente porque não sabemos nomeá-los ou distingui-los. E não saber não significa não sentir, não sabemos porque não fomos ensinados a identifica-los, isso não é ensinado na escola, e nossos pais muitas vezes não tinham tempo de demonstrar, ou demonstravam em excesso (rs). A realidade é que não podemos nomear aquilo que não conhecemos.
         Sabemos muitas vezes que estamos com um sentimento no peito, que pode até nos sufocar, mas nosso dia a dia é tão frenético que não temos tempo de parar e tentar perceber o que está acontecendo dentro de nós. Ou as vezes podemos identificar tudo junto como raiva, tristeza, frustração, medo, e o que fazer com tudo isso? É, deve ser mesmo melhor e mais fácil deixar passar, evitar o trabalho.
          Não, o primeiro passo para nossa saúde física e mental, é cuidarmos de nossa saúde emocional. É conhecer, é nos conhecermos (e nunca é tarde para começarmos isso). Depois, falar. É essencial que falemos sobre o que sentimos, em relação a nós mesmos, em relação ao outro. As pessoas não têm bola de cristal para saber como nos sentimos, mesmo porque muitas vezes mostramos uma coisa e sentimos outra bem diferente.
         Falar sobre sentimentos, nomear nossos sentimentos é no mínimo libertador e ao mesmo tempo assustador, porque nos expõe, mostrando que mesmo fortes, somos humanos, passíveis de momentos de dor e tristeza.
         E agora pensando além de nós, o que estamos fazendo com nossa descendência. Estamos ensinando nossas crianças a identificarem seus sentimentos e respeitá-los? Permitimos que nossas crianças sintam, ou mandamos que parem de chorar? Será que elas conseguem olhar nos olhos de seus coleguinhas e perceber que precisam de um abraço? E se conseguem, porque tiramos isso delas, afinal empatia não é sinal de fraqueza, isso é força, isso é ser forte, demonstrar o que sente, o que pensa (com educação, é claro).

         Passamos do tempo de sermos mais humanos, e de alguma forma aprendermos com nossos pequenos permitindo que sejam eles mesmos. Vamos cumprir nosso papel e educar, ensinando à eles o que sentem, a identificar o que sentem. E assim, talvez seremos idosos orgulhosos, e reconhecidos por nossos filhos e netos com o carinho e atenção genuínos, que tiveram a oportunidade de aprender. 

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