Tempo, Uma Questão de Percepção

         O tempo é algo relativo, que nos incomoda e atinge de uma forma fascinante. No dia a dia contamos o tempo através do relógio, cuidando para que cada minuto seja aproveitado (ou utilizado) da melhor maneira possível. No trabalho, com o intuito de realizar as tarefas dentro do horário comercial; em casa evitando desperdício na forma de ocupar cada minuto com tarefas nem sempre agradáveis, mas que manterão a rotina da família; nos estudos (seja escola, faculdade, curso, etc.) procuramos aproveitar ao máximo os professores (ou mestres), tentando absorver a maior quantidade de informações possíveis dentro do espaço de tempo permitido. Enfim, no tempo cronológico, tudo é dentro de um período supostamente pré-determinado.

        Mas como pensar o tempo para um paciente de hospital, ou para uma família aguardando um desembarque no aeroporto, ou para um casal de namorados se preparando para o encontro tão esperado, ou para uma grávida que acabou de romper a bolsa, ou ainda para aquela pessoa que perdeu um ente querido. Como será a percepção de tempo para essas pessoas? Quais angústias, alegrias ou expectativas o tempo pode trazer?

        Na verdade, o tempo é uma questão incrível de percepção e assim podemos pensar até mesmo quando medido, porque muitas vezes no trabalho escutamos frases do tipo “o dia hoje voou, não consegui fazer tudo o que precisava” ou então, “parece que a hora não passa, hoje dá 8h mas não dá 18h”.

        E mesmo que muitos contestem sobre ser ou não uma questão de percepção, é fácil argumentar, para um paciente com dor, minutos de atraso em sua medicação é uma eternidade. Para um corredor de Fórmula 1, décimos de segundo podem significar sua desclassificação, já para você ou eu, no dia a dia sequer o percebemos...

        A única certeza que temos com relação ao tempo, independente de nossa percepção, é a de que ele passa, sempre, independente de nosso querer, o que vale aqui é saber o que estamos fazendo com ele, como o estamos ocupando (ou não).

        Será que em algum momento paramos para pensar nisso? Será que estamos priorizando nosso tempo da maneira correta, quero dizer, dentro daquilo que escolhemos para nossas vidas? Será que dentro de nossas expectativas (ou sonhos) estamos valorizando nosso tempo ou será que o estamos desperdiçando? E se o estamos desperdiçando, o que poderemos fazer para mudar isso?

      Ao longo de minha caminhada, aprendi (e continuo aprendendo) que viver dá trabalho. Administrar o tempo dentro de meus valores, realidade, querer, obrigações e qualidade de vida que anseio não é uma coisa fácil, mas é algo que pode ser aprendido, desenvolvido a cada dia, com um passo de cada vez, sem grandes cobranças, tendo em mente somente a busca de uma harmonização da vida com seu tempo.

“Nunca desista de um sonho só por causa do tempo que você vai levar para realiza-lo. O tempo vai passar de qualquer forma.”

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