Essa tal RAIVA





Definição: acesso de fúria, cólera, ira; sentimento de irritação, agressividade, rancor e/ou frustração. Psicologicamente falando, temos como definição “uma emoção caracterizada por fortes sentimentos de contrariedade” (DAVIDOFF, 2001, p. 378).

Sentir raiva é muito mais comum do que imaginamos. Em pesquisas realizadas por James Averill (um dos maiores estudiosos sobre como as pessoas sentem e reagem a suas emoções), as pessoas sentem raiva branda a média muitas vezes por dia; essa emoção é despertada por pessoas (geralmente próximas e/ou entes queridos) ou por objetos como sons constantes, animais brigando e até mesmo doenças.

O “sentir” raiva não é ruim. O que é ruim é a forma como expressamos esse sentimento. E geralmente a expressamos com agressão, verbal ou física, a fim de atingir o objeto alvo dessa emoção.

Existem várias formas de extravasar esse sentimento de maneira adequada (se assim podemos dizer), e pesquisas apontam que falar sobre o incidente com uma pessoa neutra é um dos melhores caminhos.

E aí vem a pergunta que não quer calar, como sentem-se as pessoas após expressar sua raiva? Nessa mesma pesquisa Averill (1982, 1983) menciona que os sentimentos aflorados são culpa, vergonha, ansiedade, entre outros. Porém a sensação de alívio foi pouco mencionada.

A Raiva (representada por um personagem pequeno, vermelho, sisudo e que no auge da emoção solta fogo pela cabeça) é algo que transforma as pessoas em seres que nem elas mesmas se imaginariam.

O fator principal é, podemos sentir raiva (seja de quem ou do que for), porém a forma como a expressamos é que deve ser pensada. Gritar, esbravejar, agredir fisicamente, silenciar, são coisas péssimas porque podem aumentar ainda mais o sentimento.

Em geral, o mais indicado nesses momentos, mesmo que seja difícil, é pensar em outra coisa a fim de conseguir reaver o equilíbrio, e então pensar qual foi a atitude do outro que te causou esse sentimento; identificada a causa primária, conversar sobre o assunto com alguém neutro, que enxergará a situação estando fora dela e poderá lhe apresentar uma visão diferente do ocorrido.

Enfim, a raiva pode nos tornar pessoas solitárias e isoladas, se formos sempre nos deixar levar pela reação que ela nos causa, agredindo o outro seja verbal ou fisicamente. Ou então, pessoas melhores quando conseguirmos identificar “o que” e “porque” ficamos enraivecidos - e porque não dizer transtornados – em determinada situação. Somente assim será possível trabalhar o motivo da raiva, encontrando uma maneira de redirecioná-la, causando menos sofrimento à nós e ao outro.

Por Cristiane Andrade Diniz
Psicóloga, CRP 06/139747 

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