Ansiedade ou Preocupação?

   

 Vamos falar de uma coisinha que atinge só 90% da sociedade, de crianças a idosos, sem distinção.

   O termo ansiedade vem do latim anxieta ou anxietatis, que significa desejar, preocupar. Em psicopatologia é tido como um constante estado de alerta e temor.
Para Freud a ansiedade pode ser classificada em 3 tipos, sendo eles realístico (medo de algo externo), moral (culpa, medo de ser punido) e a neurótica (que é algo inconsciente) que ao ser analisada torna-se realística ou moral).

     Então podemos pensar: “é tudo muito simples, posso controlar”. Porém hoje em dia tudo é muito rápido, temos uma gama enorme de informações, um mundo de responsabilidades das quais queremos dar conta tudo ao mesmo tempo, e quando não conseguimos, começamos a nos preocupar com o que não foi feito ou esquecido, o que nos gera uma certa angústia, uma sensação de quase desespero de não sermos capazes de dar conta de nossas próprias vidas. Parece que não conseguimos controlar nossas expectativas e a angústia só aumenta a ponto de nos paralisar. Eis a ANSIEDADE, ou seja, muitos pensamentos e questões ao mesmo tempo, para os quais não encontramos solução.

     Agora, me contem uma coisa, alguém já parou para pensar na palavra preocupação? Tá tudo aí, pré-ocupação. Quando dizemos que algo nos preocupa, significa que tal assunto está pré-ocupando um espaço em nossa mente ou em nosso tempo que poderia estar sendo utilizado de maneira mais produtiva.
 
    Agora o mais incrível é que as vezes nos pré-ocupamos de coisas que não tem solução, não naquele momento.  Exemplo básico, quando por motivos de saúde temos de nos afastar do trabalho por mais de 30 dias, começamos a pensar em quem fará nosso trabalho ou se ainda teremos emprego ao acabar a licença, e isso fica passeando em nossas mentes. A questão real é, passar seus dias de repouso com essas preocupações lhe causará irritação, raiva, o que levará à ansiedade, mas isso resolverá seu problema primário? Ajudará sua saúde, sua recuperação? Claro que não.

     E por que será que quanto mais ansiosos, mais coisas arrumamos para fazer? A resposta é simples, porque quanto mais coisas temos para fazer, menos tempo temos para pensar no que está nos preocupando. Arrumamos desculpas para sofrermos menos. Entretanto, ao termos mais coisas, mais pensamentos temos, o que nos causa mais ansiedade. Em resumo, é um ciclo vicioso.

     Tudo o que realmente precisamos para diminuir (ou quem sabe controlar) a ansiedade é uma mente calma, livre de pré-ocupações, de fatos que ocupem sua mente sem necessidade. Claro que isso é complicado, mas e se antes de entrarmos parafuso com nossas questões, parássemos para um respiração profunda, e a partir dessa respiração, nos questionássemos sobre o que de fato nos causa ansiedade, e se essa situação merece de fato pré-ocupar um espaço tão precioso em nossa mente neste momento.

     Hoje sofremos por coisas que podem nunca acontecer, nos importamos com o que o outro pode pensar a nosso respeito. Nossas ansiedades nos fazem pensar tanto no futuro que esquecemos de viver e apreciar o presente. Então, que tal fazermos um esforço para nos ocuparmos de nosso presente, deixando de nos pré-ocuparmos do futuro, este que não podemos adivinhar. Façamos bem nossas escolhas hoje, para que então tenhamos coisas boas no amanhã.  

     Agora vamos lá, pense com carinho, qual sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa? (Freud).

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